sábado, 21 de abril de 2012

Assembléia Paroquial

Amanhã, domingo 21/04/2012, haverá a nossa Assembléia Paroquial, em que todos e todas membros plenos deliberarão os nortes para a Paróquia São Felipe no horizonte próximo.

A partir de 09:00hs teremos nossa Celebração normal, contando com a presença do Bispo-Primaz Dom Maurício Andrade. Após, teremos um superalmoço preparado com carinho.

Estejam convidados, e podem trazer comes e bebes para fazermos uma partilha tudo junto e misturado!

domingo, 15 de abril de 2012

Aproxima a tua mão e coloca-a ao meu lado

Todavia, Tomé, um dos Doze, aquele a quem chamavam Dídimo [Gêmeo], não estava entre eles quando Jesus veio. Os outros discípulos lhe disseram: _ Nós vimos o Senhor!
Mas ele lhes respondeu: _Se eu não vir em suas mãos a marca dos cravos, se eu não enfiar o meu dedo no lugar dos cravos e enfiar a minha mão no seu lado, não acreditarei!
Ora, oito dias mais tarde, os discípulos estavam de novo reunidos na casa, e Tomé estava com eles. Jesus veio, com todas as portas trancadas, pôs-se no meio deles e disse: _ A paz esteja convosco! Em seguida, disse a Tomé: _ Aproxima o dedo aqui e olha as minhas mãos; aproxima a tua mão e coloca-a ao meu lado, deixa de ser incrédulo e torna-te um homem de fé.
Tomé lhe respondeu: _ Meu Senhor e meu Deus!



Tomé aparece antes no evangelho como intrépido, sincero e honesto ainda que se venha a vulto uma figura de desconfiada ao pessimismo. Vejamos João 11.16: Então, Tomé, aquele que se chama Dídimo, disse aos outros discípulos: “Vamos, também nós, e morramos com ele”. 14,5: Tomé lhe disse: “Senhor, nós nem sabemos para onde vais, como poderíamos saber o caminho?”
 
Não devemos subestimar a fidelidade dele ou, poderia divagar, a ânsia e anelo de fé, como se costuma vulgarmente se fazer. A questão aí não era meramente de crença ou assentimento intelectual com a possibilidade de ressurreição de Jesus, no abstrato. Antes era algo envolvendo também o emocional, o existencial.

Essa dedicação e prontidão em ir até o fim com Jesus tivera um grande desapontamento e frustração com os acontecimentos da Paixão e Crucifixão. Devemos lembrar que Jesus fora humilhado pelos líderes sacerdotais e pelos representantes romanos. Não prorrompera no ínterim nenhuma manifestação do irromper do Dia do Senhor. A exaustão moral e da alma da pessoa chegara ao extremo.

Para tomar parte com os demais discípulos na alegria da ressurreição, para Tomé tudo isto deveria ser derrotado primeiro. Saber de uma experiência visionária não o compensaria. A história de seu povo é marcada, espiritualmente, por muitas manifestações de visionários, com promessas e oráculos; e encontrava-se na situação de opressão e desalento naquele contexto.

Os discípulos ainda se encontravam pasmos com o turbilhão de acontecimentos desses dias. Estavam no findar da Festa dos Pães Asmos, e assim, pairava uma tensão no ar; os líderes podiam estar esperando alguma retaliação diante do ocorrido com Jesus; podia haver emboscadas, ou pontos de tensão com a multidão. Assim, é coerente esperarmos que ainda não tivessem partido para a Galiléia, embora pudessem já estar se aprontando para tal.

Ele teria que ver e experimentar da vitória de Jesus, atestando a vitória e vindicação por Deus nele. Para crer, teria que ter um encontro com aquele, aquele Jesus que ele seguiu e que sofreu; assim, em lugar de sua frustração, o ímpeto de sua fidelidade também ressuscitaria.

E desta vez, sem a nuvem soturna de pessimismo. Pois Tomé compreendeu e expressou que ali, tivera uma experiência de encontro total com o divino.

Michael Kiwanuka - "I'm Getting Ready"



Estou Me Preparando

Oh meu Deus, eu não sei o que significa crer
Oh meu Deus, eu não sei o que significa crer

Mas se eu segurar firme, é verdadeiro?
Será que você cuida de tudo o que eu faço?
Oh Senhor, eu estou me preparando para crer.

Oh meu, eu não sabia quão difícil seria
Oh meu, eu não sabia quão difícil seria

Mas se eu segurar firme, é verdadeiro?
Será que você cuida de tudo o que eu faço?
Oh Senhor, eu estou me preparando para crer.

Então acenaremos as mãos cantando livremente
Cantando em pé, agora está ficando fácil
Oh não olhe mais para baixo querido
Você não pode ver?

Oh Senhor, eu estou me preparando para crer

Então acenaremos as mãos cantando livremente
Cantando em pé, agora está ficando fácil
Oh não olhe mais para baixo querido
Você não pode me ver?

Oh Senhor, eu estou me preparando
Oh Senhor, eu estou me preparando
Oh Senhor, eu estou me preparando para crer

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Homofobia é motivo de evasão escolar

Compartilhamos aqui esta ótima matéria que o jornal goiano "O Hoje" produziu a respeito deste tema. É um esplêndido subsídio para reflexão e formação, abrindo diversos ganchos.

http://www.ohoje.com.br/pageflip/1976/index.html

Está na página nove, edição de domingo último.

domingo, 1 de abril de 2012

Programação de Abril -2012

Durante esta semana acontecerão na Paróquia Anglicana de São Felipe as programações da Semana Santa:

- Quinta-feira: Cerimônia de Lava-pés
- Sábado de trevas
- Domíngo: Celebração da Páscoa

No domingo, a igreja excepcionalmente começará sua atividade litúrgica a partir das 08:00 hs. Como de tradição, convida-se a todos e todas que venham em Jejum como parte das atividades, elementos e ritos simbólicos. Após a Celebração, haverá uma confraternização com um partilhar de um café da manhã especial.


No domingo seguinte à Páscoa, dia 15 de abril, a Paróquia acolherá a visita do Bispo Primaz de nossa província da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Revmo. Dom Maurício José Araújo de Andrade. Teremos um almoço especial e logo após, Assembléia Paroquial.

segunda-feira, 26 de março de 2012

CAFÉ COM CINEMA dia 31 de Março 2012 - às 20h




Estamos reiniciando as atividades da Pastoral da Diversidade Sexual neste ano de 2012.
No dia 31 de março faremos nosso primeiro Café com Cinema.
O tema será: "Liberação Sexual e Repressão Religiosa"
O filme que iremos assistir será "O Padre", do original "Priest", da diretora Antonia Bird, lançado em 1994.
Venha participar conosco! A entrada é franca. Traga algum lanche e bebida para compartilhar.

Mudamos o endereço da realização dos eventos da Pastoral da Diversidade Sexual.
Este Café com Cinema será realizado no CENTRO DE REFERÊNCIA ESTADUAL DA IGUALDADE, na Avenida Goiás, n. 1496, Setor Central, abaixo da São Jorge Materiais de Construção (em frente à Igreja Universal).
Horário: 20 hs.
Data: 31/mar/2012, sábado.




author: Aurelio de Melo Barbosa

sábado, 24 de março de 2012

Por Larry Hurtado

Tradução livre:

Uma afirmação central nos Credos Cristãos Tradicionais é que Jesus foi crucificado “sob Pôncio Pilatos". Mas a maioria dos cristãos tem somente um sentido vago do que a frase representa, e a maioria dos não-cristãos, provavelmente, não conseguem imaginar porque é uma parte tão integral da fé cristã. "Crucificado sob Pôncio Pilatos" proporciona à história de Jesus sua mais óbvia ligação com a ampla história humana. Pilatos era uma figura histórica, o procurador romano da Judéia; ele foi referido em outras fontes da época e ainda mencionado em uma inscrição encontrada no local da antiga Cesaréia em Israel. A ligação da morte de Jesus com Pilatos representa a insistência de que Jesus era uma pessoa real, não apenas uma figura de mito ou lenda. Mais do que isso, a frase também comunica de forma concisa algumas especificidades muito importantes deste evento histórico.

Por um lado, a declaração afirma que Jesus não se morreu simplesmente; ele foi morto. Esta foi a morte de um jovem na dor e humilhação pública, não um fim pacífico para uma vida longa. Também, essa não foi uma ação de uma turbe. É dito que Jesus fora Jesus executado, não linchado, e pela autoridade governamental romana devidamente nomeada da Judéia. Houve uma audiência de algum tipo, e os oficiais responsáveis pela ordem civil e pela paz e justiça romana condenaram Jesus. Isto significa que Pilatos encontrara algo muito grave que justificasse a pena de morte.

Mas este foi também um tipo especial de pena de morte. Os romanos tinham uma variedade de meios para realizar uma execução judicial, alguns, tais como a decapitação, eram mais rápidos e menos dolorosos do que a crucificação. Morte por crucificação era reservada para crimes e classes particulares. Aqueles com adequada cidadania romana deveriam ser imunes à crucificação, embora pudessem ser executados por outros meios. A crucificação era considerada em geral como não só assustadoramente dolorosa, mas também a mais vergonhosa das mortes. Essencialmente, foi reservada para aqueles que eram percebidos como levantando suas mãos contra o domínio romano, ou aqueles que de alguma outra forma pareciam desafiar a ordem social - por exemplo, os escravos que atacavam seus senhores, insurretos, como os judeus crucificados pelo general romano Vespasiano, na rebelião judaica de 66-72.

Assim, o crime mais provável pelo qual Jesus foi crucificado é refletido nos relatos dos Evangelhos na acusação colocada à cruz de Jesus: "Rei dos Judeus". Ou seja, ou o próprio Jesus afirmou ser o Messias Real Judaico, ou seus seguidores manifestaram esta reivindicação. Isso lhe obteria a crucificação pelos romanos.

Com efeito, um critério que deve ser aplicado mais rigorosamente nas modernas propostas acadêmicas sobre o "Jesus histórico" é o que poderíamos chamar de a condição de “crucificabilidade": Você deve produzir uma imagem de Jesus que dê conta dele ser crucificado. Estimulando as pessoas a serem como “um” umas para as outras, ou advogando uma interpretação mais flexível da lei judaica, ou mesmo condenando o Templo e os seus dirigentes, nenhum desses crimes é provável que levasse à crucificação. Por exemplo, o historiador judaico do primeiro século, Flávio Josefo, fala de um homem que profetizou contra o Templo. Ao invés de condená-lo, o governador decidiu que ele era inofensivo, embora um tanto desequilibrado e irritante aos sacerdotes do Templo. Então, depois de ser flagelado, ele foi liberado.

A alegação de messias-real, portanto, ajudar a explicar por que Jesus foi executado, mas seus seguidores não. Estes não eram uma célula de conspiradores. O próprio Jesus era o problema. Além disso, Pilatos recebera alguma oposição séria por ser um pouco violento demais na sua resposta aos judeus e samaritanos que simplesmente se demonstrassem vigorosamente contra suas políticas. Pilatos provavelmente decidira que publicamente executando Jesus o entusiasmo messiânico de seus seguidores iria expirar sem afligir os órgãos judaicos mais do que o necessário.

Naturalmente, os Evangelhos igualmente implicam autoridades religiosas judaicas - especificamente, os líderes sacerdotais, que administravam o Templo de Jerusalém sob concessão do governo romano. Muitos estudiosos, incluindo E. P. Sanders em “Jesus e o Judaísmo”, concluíram que os líderes do templo estiveram provavelmente envolvidos em Jesus chamando a atenção de Pilatos. Afinal, o sumo sacerdote e seus séquitos mantinham seus discursos através da demonstração de lealdade contínua a Roma. Se eles julgaram que Jesus representava uma ameaça para o domínio romano, eles eram obrigados a denunciá-lo. Portanto, não é tão difícil conceder uma certa probabilidade para a afirmativa dos Evangelhos de que as autoridades do Templo eram, pelo menos em parte, motivadas por um ressentimento da crítica de Jesus da sua administração do Templo, como pode ser refletido nos relatos de Jesus capotando as mesas dos cambistas que operavam nas instalações sob licença do sumo sacerdote. Mas os líderes judeus não crucificaram Jesus. "Crucificado sob Pôncio Pilatos" aponta para onde esta responsabilidade cabe, com a administração romana.

É bastante claro o que São Paulo quis dizer ao afirmar que "a pregação da cruz é loucura" para a maioria das pessoas de sua época. Como Martin Hengel mostrou em “Crucificação no Mundo Antigo e a Insensatez da Mensagem da Cruz”, os escritores romanos da época consideravam a crucificação o pior destino imaginável, uma punição de vergonha inominável. Celso, um crítico romano do cristianismo, ridicularizou os cristãos por tratar como divino alguém que tinha sido crucificado. Um grafite anti-cristão do segundo século de Roma, bem conhecido entre os historiadores que estudam o período, mostra um homem crucificado grosseiramente elaborado, com uma cabeça de burro, em que está uma figura humana, e sob este um escárnio rabiscado: "Alexamenos adora o seu Deus" [Alexamenos sebetai ton theon].

Havia, em suma, pouco a ganhar na proclamação de um Salvador crucificado nesse cenário em que a crucificação era uma realidade terrível. Alguns cristãos tentaram evitar a referência à crucificação de Jesus, enquanto outros preferiram um ou outro cenário alternativo. Em uma versão, em um texto cristão apócrifo, os soldados confundiram um observador com Jesus, crucificando-o em vez disso, enquanto Jesus é retratado como rindo de sua insensatez. Esta idéia é também provavelmente refletida mais tarde na tradição muçulmana em que uma pessoa da multidão foi erroneamente crucificada enquanto Jesus escapou. Muitos muçulmanos devotos acreditam que Jesus fora um profeta verdadeiro, então é simplesmente inconcebível que Deus tivesse permitido que ele morresse uma morte vergonhosa. É evidente que, pelo menos alguns dos primeiros cristãos se sentiram da mesma maneira.

De fato, a crucificação de Jesus representava um amálgama de problemas potenciais para os primeiros cristãos. Isso significava que, na origem e no coração de sua fé havia uma execução de estado e que seu reverenciado salvador tinha sido julgado e considerado culpado por um representante da autoridade imperial romana. Isso provavelmente fez um com que uma boa quantia de pessoas se questionarem se os cristãos não eram algum movimento seriamente subversivo. Foi, pelo menos, não o tipo de grupo a que prontamente recorreriam aqueles que zelassem por sua posição social.

A crucificação de Jesus representou uma colisão entre Jesus e a autoridade governamental romana, uma óbvia de responsabilidade para os esforços cristãos para promover sua fé. No entanto, curiosamente, de alguma forma eles conseguiram. Séculos de tradição cristã subseqüente têm feito a imagem do Jesus crucificado tão familiar que a ofensividade do evento que retrata foi quase completamente perdida.